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segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Preços baixos, mão de obra semi-escrava

Em tempos de crise, nada mais comum do que ir a procura de artigos sejam eles, roupas, brinquedos, eletrodomésticos e entre outros, com um preço mais barato e que não comprometa tanto o orçamento pretendido, certo? Não são raras as vezes em que nos deparamos a passar dias pesquisando na internet alguma promoção.

No caso da moda, vejo uma expansão vertiginosa das fast-fashions, lojas normalmente de departamento que sempre acompanha as tendências mundiais da moda e recriam as peças de desejo dos desfiles acontecidos nas famosas semanas de moda como o SPFW, NYFW e PFFW. As que mais chamam atenção em escala mundial é a espanhola Zara, e a americana Forever 21, estas tem preço acessível ao consumidor e tem suas araras renovadas todas as semanas com peças novas. Agora, o que tem por trás dos preços menos elevados, além da matéria prima, do poder de compra e revende em escalas astronômicas? A mão-de-obra, que muitas vezes têm regimes e condições de trabalho análogas à escravidão, essa que foi abolida pela Princesa Isabel  em 1788, em terras tupiniquins. Porém empresas como essas, tem suas áreas de fabricação em países considerados de terceiro mundo, como o Camboja.
"Eu fiz essa peça por $1/Eu comprei isso por $100"

Foi pensando nisso que o diretor norueguês Joakim Kleven, levou 3 jovens blogueiros para vivenciarem a experiência de trabalhar em uma indústria têxtil em que as funcionárias ganham 3 doláres por dia por 12 horas ou mais de expediente, vivem em cômodos sem nenhum conforto, não há camas por exemplo. O documentário é dividido em cinco curtos episódios, que mudaram a vida de Ludvig Hambro, Frida Ottesen e Anniken Jorgensen e rumo dos seus diários virtuais, infelizmente não há legendas em português, mas olhar as imagens chocantes já é o bastante. A prerrogativa para a realização dessa série-reality é que os noruegueses gastam muito dinheiro em compra de roupa, mas não sabem as condições muito menos aonde estas são feitas. Sweatshop-Dead Cheap Fashion
, lançado em 2014 gerou repercussão no mundo inteiro, onde muitos consumidores passaram a questionar sobre a procedência de seus produtos. Na Noruega, a discussão foi levada até a alta corte.

Não pensem que isso acontece apenas por lá, recentemente no Brasil foram encontradas confecções que também praticavam condições de trabalho semi-escravo, em que imigrantes bolivianos trabalhavam 16 horas/dia, tiveram seus passaportes retidos e viviam em habitações precárias, além de outras ilegalidades praticadas como nessa reportagem de 2014, onde foram presos 3 pessoas na cidade de Campinas, interior de São Paulo, apontandas por manterem mais de 50 pessoas em trabalho semi-escravo, dentre eles a maioria de origem boliviana. Vocês se perguntam sempre qual a procedência do que está comprando? Se é legal, tem selo de aprovação dos órgãos reguladores de segurança ou ainda como estes chegaram as prateleiras?

O jornal matutino da Globo transmitido para São Paulo, foi testar o comportamento dos consumidores em dos maiores centros populares do Brasil, a Rua 25 de Março, e descobriu que muitos assim como os noruegueses, não procuram checar informações aprofundadas dos produtos. Quem quiser assistir a reportagem é só clicar no link.

Boas compras, para quem ainda vai enfrentar as filas do comércio e espero que tenham gostado da dica.

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