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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Crítica literaria: Mujica - A Revolução Tranquila


Olá galera,

Voltei, mais rápido do que eu imagina e para falar de um livro que eu tô há um tempão para comentar com vocês como eu falei nesse post escrito há milênios. Terminei de ler ele nem lembro quando e está na minha estante já empoeirando, como eu disse na nossa primeira conversa eu gosto muito de política e de questões que envolvem o meio, por isso fui atrás de conhecer mais a figura emblemática e um tanto curiosa que é o ex-presidente do Uruguai, José Mujica.


José Pepé Mujica, um senhor de 83 anos, ex-guerrilheiro, esquerdista e amigo da família Castro que governa Cuba, que virou fenômeno mundial por levar uma vida simples em uma casa de três cômodos na periferia de Montevideo, andar com um fusca azul e não ser adepto a protocolos, sempre pregando o fim do consumismo acumulativo. Como eu acho meio impossível alguém que acompanhou o mínimo de noticiários nos últimos 5 anos não ter ouvido falar dele, não dar muitos detalhes sobre a trajetória no governo, até porque o livro é uma espécie de biografia.

O mais importante e o que mais me instigou além do que escrevi acima para ir a livraria e comprar o livro foram as medidas que ele tomou no período em que estava a frente do país, talvez se essas fossem postas em discussão por aqui, considerando apenas o bem estar da população, deixando de lado as questões religiosas, do jogo político e de poder, quem sabe a longo prazo funcionariam. Já vou avisando, qualquer semelhança com os problemas que enfrentamos em terras tupiniquins não é mera coincidência.

Bom, as medidas que estou falando foram a legalização da maconha e do aborto, se fosse eu justificaria com um dito popular "se não pode lutar contra os seus inimigos, junte-se a ele", mas Mujica foi além, demonstrou que o problema não era só a questão da violência e gastos com guerra do narcotráfico ou médicos ganhando dinheiro ilegal às custas de mulheres desesperadas para realizar um aborto. Tudo isso é uma questão de saude publica, e concordo muito nesse ponto, temos que olhar o futuro e não ficar retrocedendo, me desculpem os religiosos fervorosos, mas a bíblia foi escrita há mais de 2000 anos, o mundo mudou muito desde então. E vai aqui um spoiler do livro, os índices de mortalidade e internação seja por aborto ou consumo de entorpecentes caiu e a cada dia vem demonstrando que uma política bem aplicada com campanhas de conscientização e controle leva a resultados positivos.

O Uruguai não virou um país perfeito por causa dessas ações, mas tornou-se mais humano. O próprio Pepe admitiu que não conseguiu diminuir a grave crise nos setores da educação e saude, muito menos os problemas com o país vizinho, a Argentina. Ao mesmo tempo em que deixou o Uruguai com índices bons de aprovação e conseguiu eleger  o seu antecessor  também de esquerda,Tabaré Vazquez. E claro se tornou um exemplo a ser seguido por lideranças internacionais, afinal foi ele um dos grandes incentivadores da negociação para o fim do embargo econômico americano sob a ilha de Havana, juntamente com o Papa Francisco.

Mais histórias e detalhes do que escrevi aqui estão no livro do Mauricio Rabuffetti, cuja tradução brasileira conta com o prefácio de Ricardo Boechat, âncora do Jornal da Band, colunista e comentarista da Revista Época e Rádio BandNews FM.

Quem já leu o livro, ou quer discutir sobre?

Até a próxima

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