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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Crítica Literária - Pega Lá Uma Chave de Fenda

Olá galera,

Voltei com mais uma crítica literária, mas antes de começar vou contar o que me fez ler esse livro de nome um tanto quanto curioso. Bom, há mais de um ano eu abri a página do Estadão para conferir as notícias de domingo e espantar o tédio de um dia chuvoso, eis que em um quadrinho no lado direito da tela, especificamente onde ficam localizadas as colunas semanais havia um título que me chamou muito a atenção "A incrível geração de mulheres que foi criada para ser tudo o que um homem NÃO quer".

A própria autora admitiu em entrevista que talvez não colocaria esse título, caso ela o publicasse nos dias atuais,mas paciência... Graças a ele a repercussão foi enorme e milhares de pessoas assim como eu passaram a acompanhar seus textos semanalmente, e logo foi convidada para escrever um livro. Ruth Manus é advogada, professora de direito internacional e dona de uma sensibilidade que poucos têm, enxerga os acontecimentos por uma perspectiva diferenciada e às vezes até inusitada, um de seus assuntos preferidos, é o tema dessa obra, o Amor.


Dias após o lançamento fui a Saraiva perto da minha casa e me dirigi ao balcão, na hora que perguntei ao atendente sobre o livro, o rapaz que estava esperando sua encomenda ao lado virou repentinamente e perguntou sobre o assunto da obra, a curiosidade despertada nele foi tanta que o moço me ajudou a procurar o bendito livro pela livraria inteira, mas não achamos, e ainda disse que caso encontrasse em outra o compraria e leria, e se gostasse me enviaria uma mensagem. Apenas agradeci, dei risada e fui embora. Será que eu também encontrei o amor?

Isso o tempo dirá...

O tema que está presente em diversos livros, músicas e poemas que em alguns momentos parece ter virado coisa ultrapassada para uma geração que Zygman Bauman disserta sobre a fragilidade das relações humanas em seu livro, Amor Líquido. Ruth, demonstrará que esse sentimento pode estar presente em diversos lugares, de modos distintos e até mesmo quando esse não é dito com todas as letras.

Encontrar o amor pode ser tão puro e abstrato em uma sala de espera enquanto aguarda que a sua senha no painel apareça, em um número de telefone discado por engano ou até em uma chave fenda. Tudo é possível tanto na vida real quanto nos contos curtos que integram o livro. Gregório Duvivier, colunista da Folha e integrante do Porta dos Fundos, estava certo quando escreveu no prefácio da obra, o amor não poderia ter tido advogada melhor para defendê-lo.

 O título na minha opinião é sensacional, me fez rir como criança, suspirar como apaixonada, sofri auto-hipnose durante a leitura quase como se eu estivesse entorpecida pelas palavras. Só dois clássicos me fizeram sentir assim, Dom Casmurro de Machado de Assis e Os Sofrimentos do Jovem Werther escrito por Goëthe que logo terá sua crítica escrita pelo Douglas.

Se eu contar mais, estrago a grata surpresa que é abrir cada página e desvendar seus mistérios escondidos em códigos convencionados e palavras. Garanto que aquela chave de fenda escondida na caixa de ferramentas não terá o mesmo significado depois desse livro.

Até a próxima,

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