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segunda-feira, 30 de novembro de 2015

UM ROMANCE EPISTOLAR, UMA VIDA EM TROCA DE UMA PAIXÃO

Oi! Cá estou novamente! Como prometi a mim mesmo e acatando o pedido de uma amiga, Evelyn Gomes, também colunista aqui do Depois da Meia Noite, vim falar sobre um livro belíssimo, desses que temos de ler pelo menos uma vez na vida, por ser uma tragédia romântica influente no mundo todo.




"...Por alguns segundos, Charlotte pressentiu o terrível desígnio que Werther concebera. Ficou transtornada. Apertou-lhe as mãos, e ele premiu as dela contra o peito. Em dado momento, inclinou-se sobre Werther, com uma emoção dolorosa, e as faces ardentes de ambos tocaram-se. O mundo inteiro deixou de existir. Werther enlaçou-a com os braços, apertou-a contra o coração e cobriu de beijos furiosos os seus lábios trêmulos e balbuciantes."

Dois anos atrás, estava eu na estação Luz do metrô de São Paulo, pessoas indo e vindo bem apressadas, como de costume. Dou de cara com uma máquina de livros e, olhando mais para baixo, encontro um autor, sempre tive vontade de lê-lo; Friedrich Nietzsche. Ali, diante dos meus olhos, Além do Bem e do Mal (1886), um divisor de águas e, daí para frente, deixei-me seduzir pelos clássicos literários. Foi graças a Nietzsche que eu li Os Sofrimentos do Jovem Werther (1774). O poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe aparece bastante nas obras do filósofo niilista falando ou da mulher, como "o eterno feminino nos impele para o alto", ou enaltecendo as qualidades da personagem principal do poema trágico Fausto (1808).

Lembro-me de estar caminhando pelo meu bairro, parar numa banca de jornal/livro/revista e, por um acaso, achar o Werther. Sem saber a real importância que possuía e atraído pelo título, apenas o trouxe comigo. Vou andando para pegar o ônibus e começo a ler a contracapa do livro, dando conta do que tinha em mãos; suicídios na Europa foram atribuídos a ele, o "efeito Werther" após a primeira publicação.

O livro é um romance epistolar, ou seja, narrado por meio de cartas. Ele inicia com Werther se mudando para uma cidade nova, onde ele conhece Charlotte, uma moça pura, inteligente e virgem. Nas primeiras cartas, as quais ele escreve a seu amigo Guilherme, você o vê adorando o mundo, contemplando a natureza e a vida do camponês, que consegue depender de pequenas coisas, assim como as crianças, e ser feliz dessa forma. Porém, Charlotte é prometida a Alberto, o que não impede o Werther de se aproximar da moça, tornando-se grande amigo dela e posteriormente de Alberto. A transformação do rapaz eloquente e apaixonado chama a atenção, o modo como ele, vendo que não terá posse de Charlotte, vai para um exílio forçado e a vida perde totalmente o sentido, nem as paisagens importam mais para o jovem.

As cartas falam, agora, desse amor inacessível. O romance ganha um ápice de dramaticidade muito grande, o que cada leitor deverá encarar de uma forma muito particular, em minha opinião, já que o romantismo aqui leva a um desfecho que o ledor jamais imaginaria.

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